The King: The Eternal Monarch, Universo Paralelo e a vida que vivemos

Leticia Barbano
3 min readJul 3, 2020
Imagem: Divulgação

Ontem terminei de assistir ao seriado “The King: The Eternal Monarch” (traduzido para o português como “O Rei Eterno”), cuja história é de dois universos paralelos onde um é o mundo como conhecemos e outro o mundo com algumas modificações, como a Coréia sendo um país unificado governado por um monarca.

Não quero entrar em questões técnicas e culturais. Meu foco é sobre a teoria do Multiverso e algumas reflexões que fiz sobre minha própria vida.

A Teoria do Multiverso, explorada neste seriado e também em outras produções literárias e cinematográficas, propõe que o Big Bang poderia ter criado outras realidades paralelas às quais vivemos. Universos paralelos iguais aos nossos, com as mesmas pessoas, mas talvez com outras possibilidades de rumos. E se os dinossauros não tivessem sido extintos? E se as guerras mundiais não tivessem ocorrido? E se as pandemias não tivessem dizimado populações? São estas possibilidades que são exploradas na Teoria do Multiverso.

[e, não, a teoria do big bang não se contradiz com a existência de Deus]

Fiquei pensando na minha vida. Você já parou para pensar em como seria sua vida hoje se você mudasse todas as mais importantes decisões que já tomou?

E se eu fosse jornalista? Designer de moda? Designer gráfica? Modelo? E se eu tivesse me casado com os caras que eu imaginava que me casaria? E se eu tivesse começado uma nova vida em outro país? E se meus pais tivessem tomado outras decisões em relação a eles e a mim? E se? E se? Como eu estaria? Quem eu seria?

Há dias que olho para trás e vejo um caos: nada faz sentido, aparecem muitas marcas, muitas feridas, muitos arrependimentos.

Há dias que olho para trás e tudo se encaixa: eu não poderia ter uma vida diferente da que tenho. Cada passo, cada escolha, cada acontecimento, cada pessoa que entrou e saiu, cada decisão, cada momento… Vislumbro e imagino as diferentes possibilidades e chego à conclusão: Nada poderia ter sido diferente. Se tivesse sido, eu não seria quem eu sou nem estaria como estou. Não teria esta carga de maturidade e experiência. Talvez não estaria feliz nem realizada. É claro que sempre buscaremos ser pessoas melhores e ter uma vida mais agradável. A questão não é a busca a partir do hoje e do presente. A questão é o encontro a partir do passado: o encontro com quem você foi e poderia ter sido. Só abraçando a nossa história com todas as suas marcas e imperfeições, cores e lembranças, é que faz sentido estar onde você está.

Eu gosto muito de um texto que afirma em certo trecho:

“…Nossa vida é uma preciosa tapeçaria, que Deus vai urdindo conosco — com a nossa liberdade — aos poucos, fio a fio. Habitualmente, nós só a vemos pelo avesso, enquanto é tecida na oficina dos dias. Por isso, tudo nos parece com frequência uma confusão de fiapos soltos e de figuras bizarras. Vez por outra, porém, Deus deixa-nos olhar por uns instantes a tapeçaria pela frente, e então ficamos pasmados ao dar-nos conta da sua harmonia e do seu esplendor”

Meu desejo de hoje é que vez ou outra você vislumbre no multiverso do seu passado, na tapeçaria da sua vida, que você está exatamente onde deveria estar e que tudo, tudo, tudo o que aconteceu até hoje com você faz imenso sentido.

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Leticia Barbano

I’m not cool and don’t write cool things. Don’t get your hopes up :)